sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Comandante-geral da PM volta a demitir inocentados pela Corregedoria, que não vê problema algum

Bernardo Costa e Luã Marinatto

A Polícia Militar expulsou, anteontem, mais 12 praças presos em dezembro do ano passado durante a Operação Purificação. Destes, dez - um soldado, dois cabos, seis sargentos e um subtenente - foram considerados inocentes após investigação da Corregedoria interna da corporação, a exemplo do que já ocorrera com outros 12 policiais em dezembro do ano passado, como publicou, ontem, o EXTRA.

Policiais presos na Operação Purificação chegam ao Quartel General da PM, no CentroPoliciais presos na Operação Purificação chegam ao Quartel General da PM, no Centro Foto: Márcia Foletto

O mesmo Boletim Reservado 25, de 5 de fevereiro, que publicou as 12 novas exclusões traz o parecer do Conselho de Disciplina, considerando dez dos policiais aptos para exercer normalmente suas funções. As demissões foram decididas pelo comandante-geral da PM, o coronel Erir Ribeiro Costa Filho.

- A sensação que temos é de que não existe presunção de inocência para policiais militares, mas sim a presunção de culpabilidade - questionou a advogada Daniela Gregio, responsável pela defesa de parte dos excluídos, que voltou a acionar o poder judiciário para tentar reverter os desligamentos.

O deputado estadual Flávio Bolsonaro (PP), presidente interino da Comissão de Segurança da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), informou que, até a próxima semana, pretende convocar os coronéis Erir Ribeiro e Waldir Soares Filho, corregedor da Polícia Militar, para prestarem esclarecimentos.

- É uma decisão que pode ser tomada (a expulsão), mas é completamente descabida. São atos que precisam ter uma apuração mais detalhada, por irem contra a apuração da Corregedoria. O comandante-geral coloca na rua chefes de família - criticou Bolsonaro.

O corregedor da Polícia Militar, por sua vez, explicou que não se sente desprestigiado por seu superior. Segundo o coronel Waldir Soares Filho, as investigações do conselho de disciplina têm caráter apenas opinativo.

- A Corregedoria não inocenta nem condena ninguém. Ela apenas assessora o comandante-geral, que pode concordar ou não - disse o coronel, acrescentando: - Se eu for desautorizado um dia, peço exoneração do cargo e vou embora.

Extra Online

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